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Vi Veri Veniversum Vivus Vici

by Vendetta

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2.
Autêntico 02:58
Eu vivi os 2000, era dourada do rap ninguém optava por cheques, um MC dropava por sete, cada rima constava nos becos, rondava por perto aquela essência que nos honrava, hoje não dou nada por certo Muitos com garra, modestos, um som bombava por dez Estilo não se comprava ninguém vinha com Prada nos pés Sobre quem era o melhor… não se poupava protestos A rima mais ousada era louvada, não se roubava projetos Não me vejam apenas como mais um louco que murmura É que MC's recebem euros a troco de postura Sinceramente nunca soube qual foi o ponto de rutura Eu contribui pa' que na arte houvesse um pouco de cultura Mas o Rap já não tem camadas só cantadas cansadas Melodias são às carradas não há escarradas descaradas Venho com unhas e dentes com dicas assim bem dadas Carreiras acimentadas ficam assim deitadas, acidentadas Mostrem skill, essa é a minha sugestão Porque o MC já não rima, só se aplica no refrão Não importa a mensagem, querem a batida do verão Não há rap à moda antiga é a mesma cantiga por pressão?! Não entendo... ser MC é manter a mente aberta E transpôr no papel o que a muita gente afeta Então digam-me... Acham que fazem a cena certa?! Ou só gaguejam na escrita ao baterem na mesma tecla?! Eu não espero 'tou mais esperto eu espeto o que expresso na vossa cara É o meu reflexo ao me ver perplexo, repleto desta nova vaga De pseudo artistas que liricalmente não me prova nada Presos ao que a moda traga, pra' que alguma porta abra, né?! ... Nessa paixão ardente, pa' onde vai a chama?! Dizem que amam o que fazem mas amam mais a fama O vosso empenho é só tretas, desculpas, invenções... Vocês gostam de Hip Hop mas com segundas intenções
3.
Benção 02:45
Não fico de luto no remorso ao ver o mundo num destroço O que faço é fruto do esforço sem um grupo de reforço Sem pena de quem apenas penda para o fundo do poço Se vendo a alma ao diabo quanto é que junto no bolso?! Aqui é labuta ou o xadrez, acabo o frete tarde A tentar matar a fome, talvez um cheque mate Passo a passo atrás da pasta não é amor à profissão Se vendo a alma ao diabo qual o valor da comissão?! É só contratos precários pa’ nos manter fatigados Muitos procuram padrinhos mas sem haver batizados São vidas correntes a ser escravo do sistema E no meio deste estrago será o estado o dilema?! Eu sinto que sim e singro com uma simples sinfonia Pa’ citar que não há simbiose nem sincronia ou sintonia Mas sou sincero… se podia mudar isto, sim podia Só que sigo no sigilo ‘tou sozinho ao fim do dia Ao contrário de muitos não ‘tou submisso a subsídios Submersos nas contas acabam submetidos a suicídios É surreal, um suplicio sucessivo Somos sucessores de um sucesso não sucedido Sou quem busca algo melhor e só se esfola na ida Uma pessoa sem esmola, falida, é a escola da vida É real! Não penses que essa parte ofusco Mas nem assim me vendo, não vou dar-me ao luxo Traço o meu trilho não se trata de ser um traste ou trouxa É triste só tretas mas ‘tou nos trintas e trouxa a… … maturidade pa’ sobressair por cima do drama Quem está em paz já não muda a sua rotina por grana E de bom grado dou graças sou grato por tudo o que tenho Fui obtendo gradualmente segundo o grau do meu empenho É real! E é de realçar que me tenho afeiçoado Ao ser quem sou e deixo acentuado que me vejo abençoado
4.
Luzes 03:08
As luzes da cidade que iluminam um trilho novo São as que nos encadeiam e nos tiram o brilho todo Apesar das dificuldades eu daqui não fico longe Cheguei até à cidade e é aqui que eu vivo hoje (x2) Cidade de luzes lúdicas que alucinam mentes lúcidas E as iludem como lucifer pós’ luxos de gentes púdicas Sentes múltiplas vozes em becos escuros, escuta… Escola de rua, aqui quem largou os estudos escusa… …Que não há vidas promíscuas nem pa’ bons amantes, deduzo Que só a miséria te abraça, não há acompanhantes de luxo Como o toque de midas põe a mão em tudo onde fores Não dá pa’ ser paciente neste mundo de doutores A tentação tem tendência a ternos na tenra idade Na tentativa de nos tentar tornar servos da precaridade Na dificuldade o dinheiro fácil é que nos retêm minados Não somos primeiros em nada, somos sempre terceirizados É o ciclo de quem circula neste círculo que virou um circo Não acho cívico não conseguir mais do que um “civic” e sinto O cíclico lado sínico de quem se inclina pa’ um padrinho hábil E vem dizer que a vida na cidade é um caminho fácil As luzes da cidade que iluminam um trilho novo São as que nos encadeiam e nos tiram o brilho todo Apesar das dificuldades eu daqui não fico longe Cheguei até à cidade e é aqui que eu vivo hoje (x2) Cidade de luzes brilhantes que nos ofuscam desde infantes Vês costumes vibrantes que nos ocupam entre instantes Aqui viver do vencimento é uma tortura e satura Pra’ outros, o que é uma fatura pa’ quem tem fortuna em fartura?! Aqui só vivem os V.I.P.’s dos novos tempos Entre os nobres vemos quantos pobres temos a quem sobre menos de novecentos (€) Financiamento passa mesmo a passe reles Pa’ o passatempo de quem passa da passadeira às passerelles À margem da cidade vês cada distrito marginal Nesta selva de betão é preciso instinto animal É ver quem se alimenta de quem, quem é o invicto canibal Onde um “por amor de deus” não é nada divino afinal Onde muitos não têm o luxo da reputação de um emprego E aqueles que se submetem à exploração eu entendo Por trás do glamour a cidade é só pós’ fortes Pa’ quem vive nos becos que não apanham a luz dos holofotes As luzes da cidade que iluminam um trilho novo São as que nos encadeiam e nos tiram o brilho todo Apesar das dificuldades eu daqui não fico longe Cheguei até à cidade e é aqui que eu vivo hoje (x2)
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Dedicação 02:45
Foi o meu túmulo, é cúmulo, pune-me por estes anos todos Foi fúnebre, tornei-me um número, o que une-me a tantos outros Mas sou o filho pródigo, próximo do próprio propósito Propício para o pódio para ser proposto como ótimo Humilde com uma fome real sem ter o rei na barriga Como como um comum com um apetite de quem afadiga A minha história já ta’ escrita e aqui ta’ resumida Ta’ mais acima quem me assina a sina assim na desportiva O meu fado é um fardo eu faço o que falo é um facto Cada frase é uma fase face o que passo não me calo é um pacto Que fiz comigo mesmo, eu tenho corrido vês-me Contido entre o são com o doente, o que tenho sofrido enche-me… Aqui abutres sonham alto mas não voam Pa’ quem se intera que a inveja impera não interessa como soam Querem deliberar pa’ me dilacerar e se deliciarem Joguem limpo pra se assearem e até lá não depreciarem A minha identidade teve crises, cruz-credo foi terrível Fiquei incrédulo agora só quero crédito pa’ ser credível Já não me rendo a um rendimento rentável pa’ renda Já me contento contente sem ser pensável a venda Pa’ quem nota o meu valor eu já me sinto enriquecido Ignorância é felicidade e eu não fico entristecido Ignoro enrijecido, dou no duro, eu vi que sim Sou eu que vivo e decido o que no fim se diz de mim Não deixo largado o legado ‘tou ligado na missão Pós’ mais novos eu tenho virado ancião e ditado a lição O brilho do ouro tem- vos cismado na ficção e dado ambição Mas o que eu faço é que tem ficado tradição e trago aptidão Pa’ continuar, aqui o concebido é conseguido Trabalha e o desejo de ter o som devido é conseguido É esse o código de honra! É o que tenho destinado E deixo decifrado num trecho recitado que venho dedicado
6.
Vícios 03:03
É o vicio que me acalma, que me tira a sede Aqui nestas águas sou mais um peixe a ir à rede Eu sinto o vicio pa’ outras coisas sentir menos Nesta turbulência há um turbilhão de sentimentos (x2) Pela vida guardo apreço, não há preçário pra’ essa Fiz uma prece e esperei por um presságio sem pressa Mas tantas vezes acabei estático e meio rígido Tanto investi em garrafas e nunca vi dinheiro líquido Pego um copo e me perco um pouco sinto o corpo a ir pelo poço Preso ao preço eu peço outro só quando o troco é que eu o pouso Dinheiro não compra a felicidade, é mais um mito que enjoa Gastei o meu a afogar mágoas, sou esse tipo de pessoa… … Presa ao passado… que tipo de vida a destina?! Perdida na neblina à espera que cada ferida a previna E assim mantem a imagem da rotina retida na retina É a narrativa de pessoa que espera que bebida a defina Mas daí o que ressalta é o resseco da ressaca Roça o ridículo nessa vida o degredo que se destaca Assim observo obtuso, absorvo o absurdo Só pó’ vicio que me chama é que eu não ando surdo É o vicio que me acalma, que me tira a sede Aqui nestas águas sou mais um peixe a ir à rede Eu sinto o vicio pa’ outras coisas sentir menos Nesta turbulência há um turbilhão de sentimentos (x2) Antes do declínio mostramos inícios de indícios Com substâncias criamos vínculos e vícios fictícios São eles que nos alimentam, pa’ quem se encanta, acorde! Falando doutra forma, no fundo, este fumo engana a fome Sinto que cinco minutos tem sido pouco enquanto me sirvo de um cigarro Assim por senso sento um pouco enquanto acendo mais uns quatro Com isso fico liso, sem guito sigo com o riso rouco Mas eu preciso disso se não digo-te viro louco! Inalo tal e qual igual uma chaminé eu chamo-lhe fé Que a nicotina acalme, eu puxo, dando-lhe bué E o que sinto é como se tivesse no paraíso e para isso eu paraliso… É crucial no dia-a-dia, não banalizo Será que é mesmo assim?! Ou é do meu psicológico?! É melhor largar os vícios, eu acho isso lógico Hoje eu sou sensato, que sensação sensacional Fugir ao senso duma vida sem sabor e saber ser passional É o vicio que me acalma, que me tira a sede Aqui nestas águas sou mais um peixe a ir à rede Eu sinto o vicio pa’ outras coisas sentir menos Nesta turbulência há um turbilhão de sentimentos (x2)
7.
Cobiça 02:57
Apenas olhas pó’ que eu tenho à espera que haja defeito Só porque olhas pa’ tua vida e não vês nada de jeito Fica a saber que essa tua atitude parva rejeito Se fizesses mais por ti eu até te dava respeito (mas não…) (x2) Passei e sobrevivi àquela fome sofrível Mas ninguém acredita até que se prove possível hoje esperam que a minha atitude se torne punível porque se sentem em baixo quando alguém sobe o nível na casa dos que invejam já não me sinto hospedado pa’ esses é engraçado, se falo do que vivo só me gabo só ‘tou a ir atrás do meu, é com isso que fico obcecado já nem “beefo” com rappers, só com o recibo de ordenado mudam-se prioridades, escolho o que passo a colher e assim perdem-se amizades, vês esse laço a morrer mas o que eu traço pa’ mim, eu não traço pa’ sofrer e mantenho o meu orgulho, não dou esse braço a torcer porque eu percorri a estrada, nenhum puto cedeu atalho tudo o que eu conquistei é fruto do meu trabalho eles vêm o que tenho, só não vêm tudo o que eu batalho se falasses do que tens vivias mudo seu bandalho! Apenas olhas pó’ que eu tenho à espera que haja defeito Só porque olhas pa’ tua vida e não vês nada de jeito Fica a saber que essa tua atitude parva rejeito Se fizesses mais por ti eu até te dava respeito (mas não…) (x2) À 10 anos atrás não vias uma rima sem beat Fiz um legado sozinho, tudo sem firma nem clique Era pobre mas sonhava viver num clima bem chique Só andava a pé, agora pauso num “bimmer and shit” Sim eu tinha amargura, vias tudo no rosto O rap foi a minha armadura, fiz-me ao mundo por gosto Eu fui buscar a ambição pa’ ser o puro colosso Matei a sede com a água que bebi do fundo do poço Às vezes nem sabia se ia comer no dia a seguir Mas todo aquele que nasce pa’ sofrer um dia há de rir Eu sempre disse que antes de morrer o meu dia há de vir Podia ter tido ajuda mas isso não me via a pedir Só melhorou depois de tudo o que era péssimo acabar Se foi obra de deus? Sou muito cético pa’ falar Acho que fiz por mim, não podem esse mérito apagar Tinha dívidas mas hoje tenho crédito pa’ gastar Apenas olhas pó’ que eu tenho à espera que haja defeito Só porque olhas pa’ tua vida e não vês nada de jeito Fica a saber que essa tua atitude parva rejeito Se fizesses mais por ti eu até te dava respeito (mas não…) (x2)
8.
Rotina 03:01
Não percorro um só caminho, perco-me em atalhos de vários O meu percurso são percalços em trabalhos precários No dia-a-dia não me misturo pa’ fazer parte dos aceites Porque quando uns metem água fazem-me estar com os azeites Mas tenho tento na língua, umas coisas podem apimentar outras Não ando a inventar broncas eu tenho que alimentar bocas Diz que disse não me suscita franqueza Não sou quem pensa na empresa, penso na comida na mesa Sou da classe onde a carga horária exigida é excedida É te exibida e exercida, diz que não e és despedido em seguida Estou atento que sou tentado a tentar atender à expectativa Mas tenho o pensamento atempado, sou mais esperto ainda Ser um escravo do sistema não é o que eu espero da vida Mas sim voltar pa’ casa pa quem me recebe na vinda Só quero o meu lar onde me sinto hospedado Mas ainda vivo obcecado com o recibo de ordenado Banalidade que se torna em torno de um turno novo Rimo sobre dar ao remo nestas águas onde é tudo lodo Talvez mude de ramo pa’ mudar o rumo todo Nunca fui de mostrar medo e eu já não mudo, ponto! Pode ser ofensa ao ofício mas não me ofereço Não opto por ser obtuso, observo mas não obedeço Não sou capacho nem cachopo e já não tenho pachorra Eu cá acho que levar cachaporra desta vida cachorra Não é destino que se preze, não é isso que se pede Mais um serviço que se negue é quando ele é preciso que se perde E assim fico sem saber como agir Já é padrão o patrão a tentar-me coagir Nada muda, ainda adianta manter a fé assim?! Foram as escolhas da vida que me trouxeram até aqui Em tempos eu vi porquês mas não é isso que em mim tu vês Sou só mais um ao fim do dia a tentar chegar ao fim do mês yah
9.
Solo 02:38
Eu bebo um golo enquanto finto a morte… Vejo muitos a leste enquanto viro pa’ norte ‘tou a fim de algo e no final, o meu propósito eu vou findá-lo Não sou fidalgo vou afiná-lo e o vosso ódio eu vou finá-lo Lavagem cerebral pa’ mim é trauma de outra mágoa Se fico de cabeça quente agora fervo em pouca água Não devo nada a ninguém, sei que tenho a conta paga Neste momento eu não me vendo a quem não me compra nada Pra vocês, não me comprometo com promessas Só compro o tempo com palavras, sejam efémeras ou perpétuas Então sossego não vos sucedo, não vou atrás do sucesso Não socializo mas não sou cego é esse o vosso processo Pra mim, se não é pa’ ser então passo Eu aprendi que aqui todo o prazer tem um prazo Estou a par que estar à parte não me faz vedeta nem astro Só fico a um passe de um impasse por causa de um emplastro O meu sangrado foi sarado comparado com agrado Com a vontade de deus por ter um dom sagrado consagrado Nunca fui patrício com património de patrocínio Na cabeça tinha dinheiro mas não vivo do raciocínio E vejo nas editoras os que são nascidos promovidos Mas no que toca a nota verde não há amigos coloridos Nunca sonhei ser o mais conhecido mas reconhecido Com o respeito dos primórdios para ser reproduzido Se não me acho forte, minto! Aqui o meu nome vinco E com este dote sinto que posso ser top 5 A cada momento me mesmerizo é mesmo isso eu memorizo Cada rap que imortalizo nas memórias que modernizo Desde o início a ajudar, enquanto não cais… tenta! Trouxa muitos às costas, a caminhada foi mais lenta Já o teu rapper favorito, quantos manos põe? Comecei nisto em ’06 vê há quantos anos foi…
10.
Mestria 02:39
Faço rap pa’ rappers e não pa’ pitas burras Sou um homem de palavra isto são as minhas juras Aqui é produto de qualidade só tenho dicas puras O que escrevo é biográfico pa’ essas vidas duras Sou de uma era perfeita que não gera receita Porque me alimento de rap cru que a minha gera respeita E pa’ esse público eu não vim pa’ agradar chonés Uns tiram-me o chapéu, o resto fica a apanhar bonés E pa’ quem nunca se renderia e agora tudo tolera, pudera… A língua mordera e numa era moderna modera Só querem as luzes, eu quero ver até que lado chego Falam de amor, o meu rap é estupro porque vi o lado negro Esquece a tua lista de presunções Porque eu sou uma mistura mística, mista de emoções Sou o prof que vos reprova, repugna-me o vosso reportório E vos recordo com repulsa enquanto retorno com um rap notório Hoje o rap é doença, onde é bom ser viral ou vi mal O meu conselho eu vim dá-lo, é vital não evitá-lo O movimento temos que vincá-lo e vingá-lo, eu vim calmo Pra’ com o tempo vir igual e leal a quem me igualo Pra’ isso talvez a minha rima seja meia profética O sangue que pus nisto tirei da veia poética E sou real mesmo que não bata, talvez seja por ética Ou talvez goste do meu canto e não queira polémica Se me promovo, não é pró’ bolso é pro bono O vosso som é só sono, eu sou dono do legado pó’ trono E pela previsão é provisória a vossa profissão Sinto e digo com precisão, não é promissora a vossa posição Com o tempo morrem na praia e isso vos atormenta Têm mais areia na cabeça do que na ampulheta Já não vão lá nem com tanto contacto comprado Pois acaba aqui o vosso contrato com o tempo contado
11.
Sonhos 03:03
Sonhos são pensamentos em que nos aliciamos São suposições sobre posições que ambicionamos São uma vida às cegas através das nossas visões Não os podermos viver são as nossas maiores lições (x2) Mais um sonho na montra com o mantra “o céu é o limite” A vida como anda ele comanda até que se alicie e licite Aí vai pelo caminho que hoje a tantos valida Nesta estranha estrada estreita que chamamos a vida De distrito a distrito é destinto o destino Esse diferencial eu distingo se o chamam discreto eu desminto Em sumário são como presentes os nosso pertences Do nosso salário estamos à mercê e pa’ merecer um mercedes Somos mercenários mas ele já nem pa’ mercearia chega É uma miséria que a gente até a uma mixaria ceda A maioria quer melhorias como moradias e mordomias Mas não mil chances, só as que neste mundo crias Muitos que não se esmeram esperam um messias milagreiro Só mendigam migalhas pa’ amealhar pa’ um mealheiro Há que acordar pa’ vida, é o que dizemos risonhos Já descobri que não é a dormir que vivemos os sonhos Sonhos são pensamentos em que nos aliciamos São suposições sobre posições que ambicionamos São uma vida às cegas através das nossas visões Não os podermos viver são as nossas maiores lições (x2) Isto mete dó, lamento… o teu sonho ter um orçamento Precisas do capital, não podes ter só talento Isso é sorte a menos, novamente, vê se entendes Vozes de pobres dizem que isso são nozes pa’ quem não tem dentes Então nem tentes… mais um individuo indevido que o investido endividou Foi-lhe exigido e ele sem êxito hesitou Hoje trabalhas sem fim, já não há dias de mérito Vives o sonho diariamente através de linhas de crédito É a vida do tuga, aproveita-a porque é tua Também eu vejo por perto a dor que nos perpétua Não sinto só no papel, é na pele, não penses que eu só suponho A cada chance nós vemos a inflação do nosso sonho Só proponho mais humildade nos sonhos e ficções Porque pa’ fazer milhões é preciso ter-se milhões A influência vem do nome ou dum lugar ajustado Aprende que pa’ viver os sonhos não basta sonhar acordado Sonhos são pensamentos em que nos aliciamos São suposições sobre posições que ambicionamos São uma vida às cegas através das nossas visões Não os podermos viver são as nossas maiores lições (x2)
12.
Fénatismo 03:22
É desmiolado e dissimulado o que é insinuado e ensinado Cenário encenado de um deus enciumado se não é encimado É de si parvo, o mencionado mas há quem cresça a crer na crença É uma prisão mental, perpetuidade é uma pena extensa Um missionário em missão é um visionário sem visão Dão a hóstia pela ostentação mais um milionário num milhão Quem os enriquece é por interesse, não por uma bondade sóbria Estão a mando dos mandamentos sem uma vontade própria E quem nos benze é pela benesse não há reza nem prece, aqui perdão é só pra’ quem merece e pa’ quem se preze e não seja apenas só mais um seguidor que segundo vestígios em versículos o mandam ser um servidor o vosso dinheiro lavado, louvado seja é-vos doado de mão aberta que nem o mais poupado fecha até o mais ousado beija a cruz do vosso senhor na vossa fé livre de julgamentos, é só isso que eu posso expor com o fanatismo da fé fazem negócio são acionistas de empresa e deus é vosso sócio faz uma reza e pede mais um depósito diz que é a vontade de deus, nem de propósito (x2) Tem me indignado o que é mendigado isso tem me ensinado Que é no mínimo minucioso a adoração que têm incitado Ora são horas da oração, angariação pó’ sexto dígito O que antes foram contos agora são um texto bíblico Quanto à vossa história, quantos livros há sem ela… Não pretendo me impor à fé, só ao negócio que fazem dela Devagar divagam sobre a dádiva dada que dá vida a dívida Devida ao que cada crente decida doar de forma lícita Muitas vezes vi-me ostracizado Por não seguir os vossos esquemas de crime organizado Pra’ esse conto do vigário eu sou pouco solidário Se esse deus nos acompanha eu sou um lobo solitário O nosso dinheiro é bem vindo, benzido seja Para o lavar do pecado pesado de quem isto veja Que dinheiro é um mal necessário, é essa a cruz do vosso senhor Na vossa fé livre de impostos, é só isso que eu posso expor com o fanatismo da fé fazem negócio são acionistas de empresa e deus é vosso sócio faz uma reza e pede mais um depósito diz que é a vontade de deus, nem de propósito (x2)
13.
Nesta vida citadina Eu começo o dia Tento fazer o necessário por um teto e comida 12h de trabalho ‘tou possesso por guita Porque o poder de compra desce e o resto duplica Melhorias, é ver pa’ crer, até o cego duvida Comem-nos o fruto do suor e chamam esse processo rotina O mundo pertence só a quem do sucesso nos priva Do nosso pão dão migalhas nem o progresso motiva Por isso ‘tou na correria, eu curei a fadiga e fui atrás do meu quando pulei da partida pa' alcançar metas ninguém sabe o que suei mas a vida Fez-me ir atrás da coroa de quem tem o rei na barriga E tudo o que eu faço... É a favor do sustento sempre fui grato, não costumo só dar valor no tormento E o meu temperamento... Mostro de amor um porcento Sempre fui muito frio pa' agir no calor do momento A rotina que sigo eu cito, virou um circo, neste sítio sinto-me sínico, no meu círculo eu sinto um ciclo vicioso, um síndrome por isso sigo sozinho até ao dia em que eu seja pó estão-me a dar música à espera que por si só lá tenha dó pa quem me julga escute, quem não se ajusta é burro, na juventude achamos que precisamos de ajuda em tudo Isso é uma atrocidade, sinto-me ostracizado, venho de onde a cidade não me deixa normalizado perdido num estilo de vida pendular, perdendo o ar a minha ambição nem que por medo pare eu a pretendo doar vou me pondo de lado pa' do meu legado me emponderar à espera deste dom domar, portanto, ele é bom durar eu não me prendo num bar a ponderar me empoderar apenas tento perdurar e preponderar pra prosperar o que sou depende do lar onde quero por perto estar o meu melhor eu o prometo dar e o perpétuar
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Câmbio 02:49
História mal contada por quem a vida narra conta que a nossa ambição é de quem não tinha garra entrelinhas dissipadas no meio da tinta gasta até aparecer um mau da fita que um dia diga basta porque esta rotina é assassina a nossa sina mata neste mundo cão, ter raça é ser um vira-lata pra mim é gota d'água se aqui não pinga nada engulo melhor o pão que o diabo amassa a cada trinca dada sem vencimento, é quando cada bênção vira praga pensas nisso o mês seguinte, este mês o visa paga perdes a noção do extrato, espera só até vir a carta aí quando vês o valor, uma pessoa fica parva pra nós o sol não brilha mas um dia esse clima passa talvez mude com o sigilo em quanta guita faça as finanças estão em cima quando a dica vaza sei como é porque também é assim na minha casa Aqui o euro é tentação e é te dito que peques todos precisamos dele, eu não te digo que negues sinceramente não importa se é a Cristo que serves por aqui é tradição mas eu não vivo de preces depressa desesperas se esperas algo dos ricos que herdes fortunas são hereditárias pa' quem é filho de chefes neste mundo tens uma chance e só isso recebes sem atalhos tem a visão, no trilho que segues mantem-te sempre atento a todo o guito que geres declara o necessário se não é ao fisco que deves anseias o topo mas lá no cimo te perdes quando cheira à guita és apanhado nisto se fedes 'tou te a dar game por isso vê se isto percebes porque tal como tu, também não me privo de stresses na escola da vida a lição é que há vários tipos de testes e histórias sem valor não se escrevem em livros de cheques
15.

about

Apresento-vos a terceira e final versão deste projeto, escrito entre Agosto de 2022 e Fevereiro de 2024.
Este projeto foi regravado, remisturado e recriado várias vezes até chegar ao seu estágio final.
Vi Veri Veniversum Vivus Vici, pelo poder da verdade, eu, enquanto vivo, conquistei o Universo.
O título simboliza o propósito da imortalização através da arte, de fazer com que a presença do artista ecoe na eternidade mesmo depois da sua consciência finar.
Toda a criação se rege pelo Tempo, então, proclamando o seu discurso, a sua "verdade" e deixando a sua música viver para lá do tempo, o artista terá conquistado o universo ao se imortalizar, fazendo jus ao título do álbum.
Este álbum, mais do que um projeto pessoal, é um marco e uma celebração de um percurso musical iniciado à quase 20 anos atrás.
Agradeço à Persone e ao Metrifiko dos Alpha 4 pelo apreço e o input que me deram ao longo dos anos.
Quero deixar um obrigado a todos aqueles que ao longo dos anos colaboraram comigo de alguma forma e que com a sua arte acrescentaram algo à minha.
Este álbum serve de homenagem ao meu amigo Guto, uma pessoa com um talento enorme que nos deixou demasiado cedo.

credits

released January 4, 2024

Letras escritas entre 2022-2024
Produzido por Dreamlife e DJ Pain 1
Agradecimento especial à Persone (Alpha 4)

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Vendetta Leiria, Portugal

Não me considero um rapper, considero-me um artista, alguém que usa a sua arte para exteriorizar a sua visão da realidade em que habita. A minha criação é feita com o despropósito de agradar massas ou de gerar fama. Sou um criador, apenas crio, cabe ao público apreciar a arte, ou não, consoante aquilo que interprete dela. ... more

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